COTOVIA SONHADORA

Novembro 11, 2012


 

Tu és aquela sonhadora cotovia

Que voas sempre sem parar no alto céu

À procura de um doce sonho sem labéu

Na ânsia de encontrar prazer e alegria…

 

A bela Natureza plena de harmonia

Enche o teu coração de luz e fogaréu,

Qual sentimento transformado em troféu,

Em busca de alguém que viva em sintonia.

 

És irmã gémea da esbelta andorinha

E enriqueces o teu canto a cada hora

Num alourado sonho longo e sem demora.

 

Voando na bonança fresca da tardinha,

Sem medo de morrer na brisa da quimera,

Esperas que regresse, enfim, a primavera!

 

Frassino Machado

In FRAGMENTOS DE VIDA

 

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RÉPLICA A HELENA

Setembro 27, 2012
               
  
         A Helena
         “Sem ser de Tróia”
 
Não sei a quem dedicas o poema
Tão cheio de erotismo e singeleza,
Bem forte de palavras com beleza,
Que descreve com garra o velho tema.
 
Há nele qualquer coisa de fatal
Que a todo o homem pode transtornar
Pois, mesmo que não queira, tem que dar
Perante tal mensagem o seu aval.
 
Helena, poeta Helena, é armadilha
Esta tua postura sem caução?
Se tal for como se há-de resistir?
 
Ressalvo em ti o belo e a maravilha,
Doutro modo não tenho coração
E um eros disponível p´ ra curtir!
 
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA

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NEM GALAAZ NOS SALVARÁ

Setembro 19, 2012

  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
«É outorgado aos heróis o destino da história»
 
 
Pelo andar que as coisas levam,
Bem ou mal tanto lhes faz,
Que os cobardes não se atrevam
Pode vir um Galaaz!
 
Não há crise que s’ aguente
As bananas já não chegam,
Não há côdeas para o dente
Pelo andar que as coisas levam.
 
A classe politiqueira
Nem ao diabo satisfaz,
Levam tudo em brincadeira
Bem ou mal tanto lhes faz.
 
Mete ao bolso os dividendos,
Os seus lucros não lhe chegam,
Qualquer dia é só remendos,
Que os cobardes não se atrevam.
 
Por enquanto a vaca chega,
Vai teimando o Capataz,
Se o povo desassossega
Pode vir um Galaaz.
 
Pois que venha, sim senhor,
P´ ra na mesa dar um soco,
Ficará tudo melhor
Embora nos saiba a pouco.
 
Ai Graal, santo Graal,
Com jejum e com vigília,
Antes assim do que mal
Para bem desta família!
 
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA

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AQUI – RENASCERÁ PORTUGAL

Setembro 12, 2012

Visita a Guimarães na 1ª semana de Setembro de 201 

Em homenagem a Guimarães
Capital Europeia de Cultura
 
Um rio humano aflui de todo o lado
Não é Babel mas tem a alma viva
Que já deste horizonte é cativa
Na saga de um País atribulado.
 
Oceano de jardins multicolores,
Com dinâmicas fontes cristalinas,
Jogos de luz e sombras diamantinas
Almas puras e alfobre de amores.
 
Monumentos de história restaurada
Desde os tempos medievos relembrada
São agora visita permanente.
 
Ó Guimarães, ó urbe primorosa,
De filhos ancestrais sempre ditosa,
És modelo a brilhar neste presente!
 
 
Frassino Machado
In CANÇÃO DA TERRA

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O COMBÓIO DA SORTE

Julho 1, 2012

 

Dedicatória aos “heróis lusos” e ao meu amigo escritor
Miguel Real 
 
Poética de Frassino Machado
 
 
 
Todo o sonho reverdece
Numa terra semeada
Pela sorte se engrandece
Quem caminha p´ra jornada.
 
Quem colhe é porque semeia,
Urge fazer distinção,
Com ventos e sobre a areia
Não há sorte sem senão…
 
No combóio da miragem
Com vendavais indomáveis
Parte a Sorte de viagem
Por veredas insondáveis.
 
Em cada esquina da vida
Passa o combóio da Sorte
Não se sabe da partida
Nem para que lado é o norte.
 
Cada pessoa tem dias
Com muita desilusão
Entre anseios e arrelias
Haverá uma estação.
 
Na esperança que ele passe
Em qualquer vento ou maré
Só é feliz neste impasse
Quem usa a arma da fé.
 
Dizem que há bruxarias,
Azares de superstição,
Por essas falsas magias
Lutemos com a razão.
 
Havendo alguma avaria
Com um pretexto falsário
Altere-se a ferrovia
Siga o combóio ao contrário.
 
Há paisagens de eleição
Sempre em primeira classe
Se o rumo não der feição
Mudemos o nosso “passe”.
 
O que se vê pelas janelas
Ao longo do andamento
São tristezas e mazelas
Caldeadas de sofrimento.
 
Às vezes não se vê nada
Por causa do nevoeiro
Toda a gente, desconfiada,
Quer mudar de timoneiro.
 
Quem anda buscando fora
Remédio para sua boca
Nunca sabe qual a hora
Do destino que lhe toca.
 
Não há terra sem espinho
Muito menos sem agoiro
Com muita luz no caminho
Encontrar-se-á o tesoiro.
 
Este tesoiro é estranho
E vive dentro de nós
Com saber e arreganho
Ergamos a nossa voz.
 
Será esse o horizonte,
Com ele não há desnorte,
Toda a estação será ponte
Para o combóio da Sorte.
           
Buscar a Sorte é firmeza
Que vence toda a ilusão 
Quem tem Sorte tem riqueza
E tem chama no coração!
 
F I M
 
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA
 
N. B. Ver também os Sites do autor:

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CULTURA MERCANTIL

Maio 7, 2012
     
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Soa por todo o lado a tromba do rebate
E na larga avenida passam pregoeiros
Que sugam os tostões aos cegos caminheiros
Morrendo desta sorte toda a ingénua arte.
 
E não há por aí quem regule ou descarte
A exploração e o triste vício dos vezeiros
Que conspurcam incautos átrios e terreiros
Sacando da riqueza alheia a melhor parte.
 
Não tratem de invocar a Tróica sempre em vão
Que os cidadãos já não partilham ilusão
Muito menos se deixam ir e enrolar.
 
Também Judas comprou os dividendos seus
Com trinta moedas aos sovinas fariseus
Culminando a traição fazendo-se enforcar!
 
 
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE

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CAMINHOS DE ABRIL

Abril 27, 2012
 

«Caminhos de Abril»

Dedicado ao poeta
Manuel Alegre
 
Todos os bons caminhos vão parar a Abril
Proclamando em comum e sempre em alta voz
Que temos um fermento aqui dentro de nós
Para afastar de vez a fera do covil…
 
Denunciando qualquer desvio mui atroz
Mataremos a ovelha negra do redil
E num só grito inflamado e assaz viril
Veremos, afinal, Abril dentro de nós.
 
A toda a exploração digamos sempre NÃO
À injustiça vil lancemos maldição
Seguindo o testemunho do gentil poeta.
 
Cancelemos, por fim, a alma aos charlatães
E à luz dos puros ideais dos Capitães
Eis os caminhos, eis aqui a nobre meta!
 
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA
 
N. B. Ver tb., por favor, os Sites ATELIER POÉTICO e
CANTO DE FRASSINO, respectivamente em:
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AMIGOS LEAIS

Março 25, 2012
 
 
         
           
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como é bom ter amizades
Nestes meandros da vida
Reforçam-se as qualidades
Numa riqueza acrescida.

É mui fraco o ser humano,
Seus talentos raridades,
P’ ra não haver desengano
Como é bom ter amizades.

Nos duros combates reais
Desta odisseia perdida
Faltam amigos leais
Nestes meandros da vida.

Há nuvens de solidão
Entre todas as idades
Alegrando o coração
Reforçam-se as qualidades.

Vale a pena ter por norma
Uma esperança renascida
Tudo à volta se transforma
Numa riqueza acrescida.

Amigos, amigos leais,
Sabei sempre, por inteiro,
Ter amigos é muito mais
Do que ter muito dinheiro.

 
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE

FIA-TE NA VIRGEM …

Março 24, 2012

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olhanense, 0 x S. L. e Benfica, 0
 
Nos estranhos meandros desta vida
Em tristes labirintos desgastados
Urge repor os sonhos apostados
Numa forte energia renascida.
 
Cada hora que passa é esquecida
A orla marginal dos negros fados
Que no seu todo ficam relaxados
Na ambição humana enfraquecida.
 
Os heróis de ontem sempre temerários
Apostam na cegueira da vitória
Esquecendo os eventos perdulários.
 
O fim desta odisseia tão inglória
Reforça desta forma os adversários
Sem tempo p’ ra rezar uma oratória.
 
Frassino Machado
In RODA VIVA
 
N. B.  Visitar  ATELIER POÉTICO  em
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OS GALOS CANTANTES

Março 23, 2012

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         Gil Vicente, 6 x Braga, 4

Contra todos os vãos clamores
Dos guerreiros empertigados
Ergueram sua crista os galos
Espalhando ali seus horrores.

Estava em causa entre louvores
Um duro prélio enfeitiçado
Para além Mondego marcado
Contra todos os vãos clamores.

Na capoeira verde lançados
Apostaram aos quatro ventos
Não terem medos dos talentos
Dos guerreiros empertigados.

Já quase prestes a matá-los
Com duas frechadas de avanço
Sem ter medo e num forte lanço
Ergueram sua crista os galos.

Não foram precisos favores
Nem gestos de contestação
Mas foi acesa a discussão
Espalhando ali seus horrores.

Não adianta ambições pueris,
Acautelem-se Águias errantes,
Porque voarão galos cantantes
Nas calendas primaveris.

Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA